CASO 1- ALINE - NOSSA HISTORIA

  Caso 1 – Aline Chaves



A Aline Chaves foi a primeira cliente a fazer um exposed no TikTok. Inicialmente, ela fez o vídeo exatamente dois meses depois de ter utilizado um vestido que eu criei e confeccionei sob medida para ela usar na formatura, no modelo de primeiro aluguel. Ela usou o vestido, devolveu ao ateliê e, na semana em que o vestido foi anunciado para venda, resolveu fazer um relato dividido em quatro vídeos, contando a experiência dela com "a estilista mais famosa do TikTok" de maneira depreciativa.

Embora não tenha citado meu nome, manteve todas as fotos com o vestido no feed do Instagram, marcando o ateliê responsável, facilitando a identificação por parte dos seguidores. Os vídeos viralizaram rapidamente, atingindo milhares de visualizações logo nos primeiros dias, com mais de seis vídeos publicados em sequência, todos depreciando meu trabalho e distorcendo os fatos.

A repercussão foi grande, pois influenciadores e youtubers começaram a reagir aos vídeos, aumentando ainda mais a exposição do caso. Abaixo, está a análise dos prints dos primeiros vídeos com os respectivos números de visualizações.

MINHA HISTORIA COM A ALINE

 Aline entrou em contato comigo no final de 2022, interessada em um dos vestidos da campanha que eu estava fazendo para formaturas. Essa campanha oferecia vestidos com base de corset e saia, usando materiais variados e, em sua maioria, bordados com pedrarias. Esses modelos não eram exclusivos, mas sim parte de uma coleção que várias formandas adquiriram e usaram tranquilamente. A única pessoa que decidiu transformar tudo em um “Exposed”, usando isso como artimanha para me atacar e ganhar visibilidade na internet, foi a Aline.

Quando ela me procurou, eu mesma a atendi pelo WhatsApp, pois estava online no momento. Nos primeiros contatos, a sintonia foi ótima: ela contou que amava Harry Potter, dizia que se inspirava muito em mim e que queria muito o modelo da campanha. O vestido custava R$ 1.800, que ela pagou via Pix, mas em várias transferências de contas diferentes — não que isso seja um problema, mas é importante registrar, já que em seus posts ela insinuava ter pago “caríssimo” à vista, passando a ideia de que desembolsou um valor muito alto de uma só vez, o que não é verdade. Esse detalhe revela um pouco da soberba com que ela se expressou depois, como se tivesse comprado um item de luxo muito acima da média.

Ela fechou o contrato no modelo de primeiro aluguel, ou seja, o vestido seria feito sob medida, usado na formatura e devolvido ao ateliê — como de fato aconteceu, pois ele voltou e seria colocado à venda no meu bazar. É importante destacar que, na época do fechamento, Aline não tinha a data da formatura definida, ao contrário do que alega em seus vídeos, onde diz que avisou a data com mais de um ano de antecedência. Na realidade, ela só comunicou que a formatura seria em março de 2024 por volta de outubro de 2023.

Sobre as mensagens, ela afirma publicamente que mandou várias vezes e que ficou sem resposta, o que não é verdade. Foram poucas mensagens, e, inclusive, foi a minha equipe que precisou procurá-la para confirmar a data do evento, já que em nenhum momento, durante mais de um ano, ela entrou em contato para avisar oficialmente.

Em fevereiro de 2024, eu a chamei para tirar as medidas. Pelo contrato, quem cuida das provas e medidas, em modelos não exclusivos, é a minha primeira assistente. Naquele dia, Aline chegou muito cedo e minha assistente ainda não havia chegado. Como o ateliê ficava dentro da minha casa no Tatuapé, eu mesma desci e a atendi pessoalmente. Ela se mostrou muito emocionada, nervosa, dizendo que era minha fã e estava ansiosa pelo vestido.

Como até aquele momento eu não a conhecia pessoalmente e não tinha feito a consultoria tradicional para avaliar o biotipo, resolvi oferecer algo especial: perguntei se ela topava que eu criasse um vestido exclusivo para ela, mesmo não sendo o que o contrato dela previa. Um vestido exclusivo comigo, na época, custava a partir de R$ 4.500, mas eu não cobrei nada a mais por isso. Ela ficou empolgadíssima e autorizou. Eu fiz o croqui e enviei pelo WhatsApp, propondo um modelo com decote profundo na frente e nas costas, pois, como estilista, sabia que valorizaria muito mais o corpo dela. A mesma coisa aconteceu com a cor: ela tinha escolhido inicialmente um tecido degradê em verde e branco, mas expliquei que isso poderia desvalorizar a silhueta, deixando-a mais baixa. Sugeri então um tecido azul bordado e brilhante, que tínhamos acabado de comprar de um fornecedor — só esse tecido me custou R$ 550. Ela autorizou a troca, apesar de dizer em vídeos que não havia permitido nada. Vale lembrar que nunca troco tecido ou cor sem a aprovação da cliente.

Também propus colocar uma máxi-flor nas costas para dar um super charme, e ela adorou a ideia. Começamos a confecção logo depois; como o modelo era simples, em até dois dias ele estaria pronto. Na primeira prova, Aline apareceu com mais de dois acompanhantes (mãe, marido, irmão e mais uma pessoa, se não me falha a memória), mesmo sabendo que o limite no ateliê é de duas pessoas, pois muitas pessoas atrapalham a atenção necessária para esse momento — e era dentro da minha casa. Mas relevei, atendi todo mundo, perguntei se ela estava satisfeita, e em nenhum momento Aline reclamou de nada. Se não fala durante a prova, como poderíamos saber que não gostou? Qualquer ateliê diria o mesmo: é no momento da prova que se ajusta o que for preciso.

No dia seguinte, demos andamento ao vestido. Quando ele já estava quase pronto, Aline entrou em contato pelo WhatsApp reclamando que o corpete tinha pouco brilho e que esperava mais. Como estilista, respirei fundo e expliquei que poderíamos rebordar a parte de cima para adicionar mais pedras. Eu mesma assumi o investimento, porque, mesmo sendo um custo alto, sabia que o vestido voltaria para o ateliê depois e eu poderia recuperar com a venda no bazar. Comprei mais R$ 280 em pedrarias na LDI Cristais, uma das maiores lojas do Brasil, mesmo que ela tenha insinuado que as pedras eram “de péssima qualidade” por virem da 25 de Março. Isso, para mim, é um comentário elitista — quem conhece moda sabe que ali estão grandes fornecedores e materiais caríssimos.

Chamei uma bordadeira externa para vir ao ateliê de última hora, pagando R$ 320 por esse trabalho, que incluiu o  bordado no corpo do vestido e na  máxi-flor nas costas.

No dia da entrega, Aline buscou o vestido fora do horário comercial, depois das 18h. Eu estava em um compromisso com meu namorado, então minha assistente precisou fazer hora extra para recebê-la, colocar o vestido nela e verificar se estava tudo certo. A assistente gravou um vídeo mostrando frente e costas, e em nenhum momento Aline expressou qualquer insatisfação — ela levou o vestido e o usou na formatura.

Depois do evento, publiquei um vídeo no meu Instagram com os vestidos usados naquele final de semana, incluindo o dela. No dia seguinte, a própria Aline comentou no vídeo sobre o vestido dela — até então, sem demonstrar insatisfação.



Depois que entreguei o vestido, a Aline usou ele normalmente na formatura. Inclusive, várias seguidoras minhas que estavam presentes no evento me mandaram mensagens dizendo que a viram e que ela estava lindíssima, super elogiada. Ela mesma confirmou isso depois, quando devolveu o vestido para o ateliê. Só que, em vez de entregar pessoalmente, como está claramente estipulado em contrato (até porque precisamos verificar o estado do vestido para ver se houve danos e, se houvesse, a cliente deveria arcar com o valor integral), ela simplesmente enviou o vestido por Uber.

Quando o vestido chegou, recebi uma mensagem dela dizendo que a flor que aplicamos nas costas não estava “parando direito” e que ficou caindo durante a festa. Agradeci o feedback, aceitei numa boa e segui em frente. Porém, em vídeos posteriores, Aline passou a dizer que me mandou mensagens e que eu “não dei a mínima”. Isso já demonstra que, desde o começo, o que ela realmente queria era minha atenção — e, talvez, uma oportunidade de aparecer às custas do meu trabalho.

Como ela não conseguiu a atenção que esperava, percebeu que poderia ganhar visibilidade falando mal de mim, do atendimento e do vestido. Então, no dia 20 de maio de 2024, Aline publicou um vídeo no Instagram e no TikTok, dizendo que teve uma péssima experiência com uma estilista famosa que ela admirava. Apesar de não citar meu nome diretamente, ela deixou várias pistas, como fotos do vestido e menções ao meu trabalho, que estavam no perfil aberto dela no Instagram (vinculado ao TikTok) — facilitando que qualquer pessoa descobrisse que era comigo que ela falava.

Vale lembrar que, naquela semana, eu havia iniciado o meu bazar, algo que sempre fazemos quando acumulamos um número específico de vestidos devolvidos em primeiro aluguel. O vestido dela estava entre eles, intitulado como Vestido 012, que inclusive virou termo de pesquisa até hoje. Aline se aproveitou disso, pois sabia que o vestido já estava em destaque e que o público encontraria facilmente referências ao modelo, o que aumentaria ainda mais o alcance do seu vídeo.

Além disso, é importante destacar que, naquela época, o TikTok  ja monetizava vídeos com base em visualizações. Ou seja, quanto mais vídeos você fazia, maior era a chance de viralizar e aumentar não só a monetização como também os seguidores. Ela poderia ter contado tudo em um único vídeo, mas preferiu fazer três vídeos, para maximizar o alcance e a renda — prática bastante conhecida de quem entende como funciona o algoritmo da plataforma.

Na época, Aline tinha cerca de 49  mil a 50 mil  seguidores, e com os vídeos que fez falando do caso, calega em video postado que ganhou 15 mil seguidores. 

Eu, como influenciadora que já viralizou com conteúdos artísticos e positivos, sei que é perfeitamente possível ganhar muito mais seguidores com vídeos de qualidade e amor — cheguei a ganhar 300 mil seguidores em um único vídeo meu sobre arte. E me orgulho disso, pois sei que vieram pessoas que me admiram pelo que sou e pelo que crio, não por polêmicas, ódio ou fofocas.

Logo após a postagem dela no dia 20 de maio, na manhã de 21 de maio, eu fiz um vídeo de resposta. Hoje me arrependo muito de ter feito isso. Eu não estava bem emocionalmente, levei tudo para o lado pessoal e gravei algo que, reconheço, não foi minha melhor postura — e peço desculpas por isso. Nesse vídeo, acabei dizendo que colocaria o vestido dela em sorteio, já que, para ela, o vestido “não era bom o suficiente”. Mas, no fundo, sei que o problema nunca foi o vestido. O vestido estava lindo e impecável.

O que aconteceu foi que Aline aproveitou a onda de viralização para criar mais conteúdos sensacionalistas. E o TikTok, principalmente em 2024, já havia se tornado um ambiente extremamente tóxico, onde fofocas, cancelamentos e vídeos de ataque viralizam com muito mais facilidade do que conteúdos construtivos ou artísticos. Ela viu ali a chance perfeita para ter seus “15 minutos de fama” — e conseguiu transformar isso em um caso de perseguição, stalking e discurso de ódio contra mim, que vou detalhar a partir de agora no blog, com relato dos vídeos que ela postou, número de visualizações, prints e a análise do possível valor que ela lucrou com esses conteúdos.





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