CASO 5- VIDEO 2 PATRICIA
Relatório Vídeo 2 – Patrícia Lelis
1. Dados do Vídeo
Publicação: 20/09/2024
Visualizações: 1.500.000
Likes: 184.600
Comentários: 2.233
Compartilhamentos: 8.164
Salvamentos: 2.832
Perfil: Juliana Estilista
Parte: 2 (de 11 partes)
2. Relato Completo de Patrícia (transcrição do vídeo)
“Bom dia, vocês querem mais fofoca sobre Juliana Estilista? Infelizmente eu tenho, vamos lá. Primeiro, eu quero começar dizendo que ontem eu estava mais calma, mas hoje eu não estou. Eu tenho um ódio tão grande de quem usa a religião para justificar as merdas que faz. É igual crente, crente tá sempre justificando as merdas com ‘ai é Deus’. Mas Juliana também faz isso, né? Porque a Juliana é macumbeira, aí tá toda hora lá porque o meu Exu, porque minha Pomba Gira, porque seu Tranca Rua deu uma volta lá fora…
Mano, deixa eu te falar uma coisa, sabe quem é macumbeira também? Eu, euzinha aqui, filha de Ançã, queridona, e nem por isso eu fico usando de Exu, de Pomba Gira pra justificar as merdas que eu faço. Eu tenho certeza que se Exu Ambagi ou sei lá quem descesse iria dar um tapa nessa sua cara mansa pra ver se você toma vergonha na cara…
[Relata áudio sobre terceirização do casaco para ateliê de Brasília e Victor, cita Ivan Baron…]
…Volto a dizer: eu respeito todas as dores que ela tem, respeito tudo, entendo, gostaria de ter ficado sabendo antes que era uma terceira pessoa que iria fazer. Quer dizer, a peça nem foi feita, isso nem existe, né? Ela fez [xingamento] nenhuma, mas esse foi o dia que eu fiquei sabendo ontem conversando com as minhas amigas. Fui atrás, vi que era mentira, falei com o verdadeiro ateliê, e ninguém conhecia Juliana. E ela me bloqueou. A peça não existe, ela nunca fez.
[Segue atacando: “Juliana sempre quer ser vítima, nunca assume erros, não devolve dinheiro, inventa desculpas, mendiga atenção, sempre diz que é atacada, nunca tem dinheiro, só engana os outros, ateliê falindo, não é profissional…”]
…Eu quero que você me pague só por uma questão de caráter, não porque esse dinheiro vai fazer falta para mim, mas porque você tem que me devolver por uma questão de caráter. Você está nessa situação porque é antiprofissional, faz isso com as pessoas. Não banca de louca pro meu lado, assume teus B.O.s, porque se for pra bancar de louca, meu amor, eu sou dona do hospício inteiro.”
3. Realidade dos Fatos – Relato da Juliana
Contexto real do episódio do casaco:
- A Patrícia encomendou o casaco em um momento em que eu acreditava que ela era minha amiga e queria ajudar.
- Porém, após 11 de setembro, descobri, por meio de reportagens, arquivos e grupos, que ela era uma pessoa perigosa, com acusações sérias e sendo procurada pelo FBI. Isso me gerou medo pela minha segurança.
- Diante disso, inventei a história do envio do casaco ao Victor (ateliê de Brasília) para ganhar tempo, pois sabia que ela cobraria não só o casaco, mas também um empréstimo antigo (totalizando R$ 1.600,00) — e naquele momento não tinha o dinheiro disponível.
- Não cheguei a confeccionar o casaco e, ao conseguir reunir o valor, fiz a devolução integral referente ao empréstimo e ao serviço não realizado, encerrando qualquer obrigação financeira.
- Reconheço meu erro ao envolver o nome do Victor, mas agi por autoproteção e cautela diante da gravidade das informações que surgiram sobre a cliente.
- Nada disso justifica a exposição, as calúnias e o linchamento público que ela promoveu, incentivando seguidores a ataques pessoais e preconceituosos (especialmente capacitismo e intolerância religiosa).
- Toda a relação, conversas e devolução podem ser comprovadas por prints e comprovantes bancários.
4. Comentários – Destaques e Análise
O vídeo teve 2.233 comentários, com centenas de mensagens de ódio, calúnia, intolerância religiosa, capacitismo e incentivo à violência moral e digital. Vários comentários ofensivos receberam curtidas e incentivos da própria Patrícia.
Exemplo GRAVE de capacitismo:
“'to com um machucado na mão' que mão?”
(Alanna Guedes – 1.778 curtidas, com dezenas de respostas de deboche)
Este comentário faz deboche explícito da deficiência física da estilista, zombando de sua condição visível (ausência de dedos/cicatrizes). Não é uma dúvida, mas ironia e desumanização, amplificada em ambiente coletivo, gerando grave humilhação.
Outros exemplos de comentários incentivados e curtidos:
- “Achei uma filha de Iansã, ahahahaha se lascou”
- “Na notório que essa Juliana tem algum distúrbio mental”
- “Gente, eu fico chocada que essa mulher tem seguidor”
- “Mais uma que caiu no conto da fada”
- “A Juliana é muito trambiqueira”
- “Juliana golpista né. É golpe atrás de golpe essa mulher gente.”
- “Agora ela encontrou uma 10x mais doida que ela.”
- “Essa criatura é a rainha da coitadolia, e nunca tá errada, sempre é a coitada.”
Observação: Diversos comentários receberam respostas, curtidas e até marcações de “favorito” pela criadora do vídeo, demonstrando consentimento e incentivo.
5. Crimes Identificados
- Capacitismo: Deboche sobre a deficiência física (“que mão?”), proibido pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015, art. 88) e injúria qualificada (art. 140, §3º, CP).
- Intolerância religiosa: Ataques e ironias envolvendo Umbanda, Orixás e entidades (“macumbeira”, “protegida por Iansã”, “usa orixá para justificar golpe”).
- Difamação e calúnia: Acusações de golpe, fraude, estelionato, charlatanismo e “ateliê falindo”, sem provas.
- Injúria: Ofensas pessoais, deboche com deficiência, ataques à reputação e saúde mental.
- Assédio moral digital: Incentivo à perseguição coletiva, linchamento, humilhação pública.
Conclusão
O vídeo foi utilizado como instrumento para promover um linchamento virtual, com grave impacto emocional, profissional e financeiro sobre a vítima. O destaque e engajamento em comentários preconceituosos e discriminatórios, especialmente o capacitismo explícito, reforçam o dano e a necessidade de responsabilização judicial.


Comentários
Postar um comentário