CASO 5 - VIDEO 9 (Patrícia Lélis – “Nunca ajude um ferrado”)

 Relatório Completo – Vídeo 9 (Patrícia Lélis – “Nunca ajude um ferrado”)

Dados do Vídeo

Data da postagem: 23/09/2024
Visualizações: 156 mil
Curtidas: 8.294
Comentários: 89
Salvamentos: 220
Compartilhamentos: 124
Legenda: Nunca ajude um ferrado



Transcrição Completa do Vídeo

Nunca ajude um ferrado sem saber o por que ele está ferrado. Às vezes ele só pode estar ferrado porque ele ferrou com muita gente e essa é uma frase que eu vou levar pra vida. A minha avó já dizia que quem planta vento colhe tempestade e eu vou começar esse vídeo dizendo que eu sou uma pessoa bastante politizada. Para vocês que me conhecem apenas aqui nessa rede ou acabaram de me conhecer, em todas as minhas outras redes o meu assunto principal é política. Então eu reconheço muito a meritocracia, eu reconheço o racismo, eu entendo muito sobre questões sociais, mas o que eu aprendi é que nem tudo é sobre isso e que infelizmente algumas pessoas vão pegar inclusive pautas políticas ou de minorias ou pautas identitárias para poderem se fazerem de coitada nas redes sociais e isso é um problema, um problema sério, principalmente quando a pessoa é capaz, é uma pessoa que pode acordar e trabalhar e fazer o dela mas prefere ser coitada.

E aí é que entra a questão, né? Você vai ajudar essa pessoa, o ferrado, né? Você vai ajudar o ferrado e você sai ferrado. A gente tem que começar realmente a pensar: você viu um coitado, viu uma pessoa que tá ali sempre na merda, que tudo sempre dá errado pra essa pessoa, tem que analisar, tem que se perguntar: sabe quantas pessoas esse ferrado já ferrou? Tem que se perguntar, tem que fazer uma análise da situação porque com certeza a pessoa só tá na merda porque já colocou alguém na merda, porque tentou dar uma de esperto pra cima dos outros. Eu sei que é muito difícil a gente pensar assim ou chegar no ponto de pensar assim, principalmente quando a gente cresce em um lar cristão, porque aí vem todo aquele negócio, né? Então a gente tem que estar sempre aqui, solícito, pronto para ajudar o próximo e não sei o que lá, mas nem sempre o próximo merece a sua ajuda. Nem sempre.

Ah, mas o pastor da igreja disse que era assim, não sei o que, que a gente tem que ajudar a pessoa do lado. Não, nem sempre. E eu acho que esse é um ensinamento que a gente tem que começar a tirar da cabeça das pessoas, porque quem cresce escutando isso às vezes vai se ferrar muito na vida, muito, porque você vai encontrar um ferrado que ferrou muita gente e vai ferrar com você. Então às vezes, ou quase sempre, a melhor coisa que a gente faz é deixar o ferrado resolver os próprios problemas dele, sabe? Deixa, deixa ir. Se for pra rede social chorar, se fazer de coitado, deixa. Deixa a pessoa lá no cantinho, porque talvez a pessoa esteja merecendo aquilo que tá passando, né? Deixa lá, deixa a pessoa se cuidar, se resolver.

Análise das Falas e Acusações


1. Generalização ofensiva: Patrícia utiliza um discurso que generaliza e ataca pessoas em situação de dificuldade, associando automaticamente o fato de alguém estar “ferrado” a um caráter duvidoso ou a uma suposta tendência a prejudicar terceiros. Isso é um ataque direto à reputação e à dignidade de quem está em situação vulnerável.
2. Indiretas e recado direcionado: Apesar de não citar nomes, o contexto deixa claro que o recado é direcionado a Juliana e outras pessoas mencionadas nas polêmicas recentes, especialmente pelo uso de termos como “se fazer de coitada nas redes sociais” e “pegar pautas identitárias”. Esse tipo de fala alimenta ataques, reforça o estigma de vitimização e ainda cria uma narrativa de que toda pessoa que expõe abusos ou dificuldades estaria manipulando o público.
3. Deslegitimação de pautas sociais: Ao afirmar que pautas identitárias e de minorias são utilizadas para “se fazer de coitada”, Patrícia reforça preconceitos e invalida vivências reais de discriminação, colaborando para um ambiente hostil e depreciativo nas redes.
4. Incentivo ao linchamento virtual: O vídeo termina incentivando que as pessoas “deixem” o outro sofrer, isolem, ignorem e desacreditem quem denuncia, sugerindo que sempre existe culpa do próprio indivíduo pelos seus problemas. Isso pode ser caracterizado como discurso de ódio e incentivo à exclusão social.

Danos Causados

• Reputacionais: O vídeo contribui para o linchamento virtual, incentivando seguidores a desacreditar, atacar e ridicularizar pessoas que se manifestam sobre situações de abuso, dificuldade ou cancelamento.
• Psicológicos: O discurso provoca humilhação pública, pode desencadear crises de ansiedade e depressão em pessoas já fragilizadas.
• Sociais: Reforça estereótipos e estimula a rejeição, dificultando o apoio e a empatia em casos de sofrimento real.

Possíveis Crimes e Violações

• Difamação e injúria: Ataque à honra e à imagem, ainda que indireto, especialmente se comprovada a intenção de atingir Juliana ou outras pessoas específicas.
• Incentivo ao discurso de ódio: Ao sugerir o isolamento e descredibilização de pessoas que denunciam problemas, pode configurar discurso de ódio.
• Cyberbullying: Incentivo à perseguição e exclusão nas redes sociais.

Análise dos Comentários

1. Ataques Diretos e Humilhação Pública:
Diversos comentários expõem situações pessoais, relatando experiências supostamente negativas com o trabalho da vítima, muitas vezes de forma exagerada ou distorcida. Termos como “karma”, “coitadolândia”, “Juliana está desmaiada”, “aquela mulher ainda tá atormentando?”, “deu golpe até nos amigos de escola”, reforçam o discurso de difamação e constrangimento público.

2. Curtidas e Incentivo por Parte da Criadora:
Muitos comentários são respondidos ou curtidos pela própria Patrícia Lélis, inclusive incentivando a propagação das narrativas negativas. Isso demonstra não só ciência, mas participação ativa na escalada do linchamento virtual.

3. Críticas Generalizadas e Estigmatização:
Comentários sugerem que qualquer reclamação ou defesa nas redes seria “vitimismo” ou manipulação. Algumas pessoas trazem falas capacitistas e depreciativas, mencionando deficiência física como motivo de piada ou descrédito.

4. Boatos e Fake News:
Relatos inventados e boatos são propagados sem qualquer comprovação, ampliando o dano moral, já que atingem não só a imagem profissional, mas também a reputação pessoal e credibilidade.

5. Incentivo ao Cancelamento e Isolamento Social:



Usuários agradecem a Patrícia por ter “desmascarado”, relatam sensação de justiça, comemoram o cancelamento e compartilham experiências de afastamento. O objetivo é criar um ambiente onde a versão da vítima não tem espaço para defesa, promovendo isolamento e medo.

6. Narrativa Única e Falta de Direito de Resposta:
Comentários sugerem que, se tentar se defender, “os áudios dela vão parar aqui nessa rede e muita gente vai poder processar”, gerando intimidação e silenciamento.

7. Exemplos de Crimes e Violências nos Comentários:
Difamação, injúria, humilhação, capacitismo, cyberbullying, fake news.

Sugestão para Relatório

• Anexar prints completos dos comentários (conforme enviados).
• Destacar os comentários mais graves e as respostas/curtidas da criadora, mostrando participação ativa e não meramente passiva.
• Classificar os principais tipos de crime identificados (difamação, injúria, ameaças, capacitismo, fake news, bullying).
• Ressaltar que muitos seguidores vieram relatar experiências negativas após serem incentivados pela própria autora, ampliando o dano coletivo e o efeito manada.
• Solicitar perícia técnica para avaliar o impacto social e emocional desse tipo de ataque em ambiente digital.

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