O maior crime de ódio já feito na internet no Brasil

Maior crime de ódio contra uma pessoa feito na internet


Há pouco mais de um ano, a estilista conhecida nas redes sociais como Estilista Juliana enfrenta o que pode ser considerado o maior caso de linchamento virtual, capacitismo e crime de ódio digital já registrado no Brasil. O que começou como uma simples fofoca — um relato isolado de uma cliente insatisfeita, tirado de contexto — rapidamente viralizou, transformando a vida da estilista em um pesadelo.


A repercussão do conteúdo, movida por curtidas, monetização e busca por engajamento, transformou essa cliente — Aline Chaves  — em uma das principais perseguidoras de Juliana. Desde então, já são mais de 98 vídeos publicados com ataques diretos, distorções e falsas acusações. “Falar mal da Juliana dá engajamento”, resume a própria vítima, que vem sofrendo com a exposição contínua há mais de um ano.


Mas Aline não foi a única a explorar essa narrativa. Outras figuras públicas e ex-parceiras da estilista se juntaram ao ataque. Um dos casos mais marcantes envolve a influenciadora Andréia Aloise, que recebeu gratuitamente um vestido exclusivo feito em menos de cinco dias pelo ateliê de Juliana. Mesmo com todos os esforços, a estilista foi posteriormente acusada — de forma distorcida e fora de contexto — de racismo, após publicar provas que desmentiam acusações feitas por Andréia.


Outro exemplo foi a influenciadora Isabelle Moreira , que publicou um vídeo repleto de falsas alegações. A gravação ultrapassou 10 milhões de visualizações e desencadeou uma onda de ataques. Juliana recebeu mais de 400 mensagens com ameaças de morte, ofensas capacitistas e incentivos ao suicídio — um impacto devastador e até hoje ignorado pelas autoridades e pela própria internet.


“Não houve pedido de desculpas. Ninguém se responsabilizou. Pelo contrário: a audiência cresceu, os vídeos continuaram e o linchamento foi tratado como entretenimento”, relata Juliana. 


O caso abasteceu o conteúdo de grandes perfis da internet como:


Só no YouTube, mais de seis grandes influenciadores acumularam juntos mais de 20 milhões de visualizações falando sobre o meu caso de forma completamente caluniosa, usando expressões difamatórias, capacitistas e cometendo diversos outros crimes que serão detalhados em cada análise deste blog.

Essas pessoas lucraram com a minha dor, destruíram a minha reputação, a minha honra e a minha vida — e ainda transformaram tudo isso em simples “fofoca” para entretenimento.

E eu deixo uma pergunta: quando foi que você, aí na sua casa, comentando sobre a vida de alguém como se sua opinião tivesse sido solicitada, faturou a mesma quantia que esses jovens faturam apenas por falar da vida alheia?

Eles se escondem atrás da chamada “liberdade de imprensa”, fingindo exercer um papel jornalístico. Mas, na realidade, são apenas canais que propagam e se alimentam de crimes de ódio, usando o engajamento gerado para lucrar com a destruição da vida de outras pessoas.

Ismael : que produziu 7 vídeos.

 A soma total de visualizações dos vídeos analisados do canal de Ismael é de 9.951.000 visualizações., chegando lucrar entre 20 mil a 100 mil reais em visualizações.

Beta Boechat: Os vídeos do canal  somam aproximadamente 2.760.000 visualizações., gerando entre 6 mil a 30 mil reais em vizualizações.

Jean Luca: O canal Jean Luca, incluindo o canal de cortes, acumulou aproximadamente 3.250.000 visualizações em vídeos que mencionam seu nome ou sua história, com ganhos entre 7mil e 32 mil reais em vizualizações. 

entre outros canais no YouTube, TikTok e Instagram que ajudaram a impulsionar a narrativa construída com base em distorções e mentiras.

Essas influenciadoras se uniram, direta ou indiretamente, em uma campanha de ódio coordenada contra Juliana, sustentada por denúncias falsas, postagens manipuladas e ataques pessoais. As acusações vão de estelionato a intolerância religiosa e racismo, nenhuma delas com provas concretas, todas baseadas em prints falsos e falas tiradas de contexto, como conhecemos “fake News”.

As publicações exploram aspectos sensíveis da vida da estilista, que também é uma pessoa com deficiência, vítima de um acidente grave na infância que comprometeu suas mãos — fato constantemente usado como munição para ataques capacitistas.


A chegada de Patrícia Lelis: o início da organização criminosa 

“Vítimas da Estilista”



Após os primeiros ataques iniciados em maio de 2024 por influenciadoras como Aline, e Bel, a estilista Juliana já enfrentava uma onda crescente de falsas acusações e difamações públicas. Seu ateliê, ainda se recuperando dos impactos econômicos da pandemia, passou a sofrer cancelamentos em massa, ameaças e desinformação — o que agravou ainda mais a sua instabilidade emocional e financeira.

Foi nesse contexto de fragilidade que surgiu Patrícia Lelis, figura conhecida da internet brasileira por seus inúmeros escândalos e mentiras públicas — entre elas, acusações forjadas, manipulação de narrativas e produção de provas falsas. Já foi investigada por diversos crimes e, atualmente, é procurada pelo FBI nos Estados Unidos, embora negue publicamente.

Juliana, sem conhecimento prévio sobre o histórico de Patrícia — por não acompanhar notícias de celebridades ou escândalos — recebeu sua aproximação como um gesto de apoio. Patrícia se apresentou como aliada, prestativa, e logo começou a oferecer ajuda jurídica, indicando inclusive seu próprio advogado, alegando que Juliana estava sendo vítima de um crime grave e deveria lutar por justiça.

Confiando em sua suposta solidariedade, Juliana entregou não apenas detalhes sensíveis de sua vida pessoal e profissional, mas também confiou sua defesa jurídica a alguém recomendado pela própria Patrícia. O que ela não sabia é que essa aproximação fazia parte de um plano maior: Patrícia não era amiga, e jamais teve a intenção de ajudar.

Poucos meses depois, a verdade veio à tona. Patrícia virou publicamente contra Juliana, liderando uma ofensiva ainda mais agressiva e articulada, que culminou na criação do perfil anônimo “Vítimas da Estilista”, em outubro de 2024. O perfil passou a publicar conteúdo diário com acusações falsas, conversas forjadas, vídeos difamatórios e relatos manipulados com o objetivo de destruir não apenas a carreira da estilista, mas sua imagem, honra e dignidade como mulher, artista e pessoa com deficiência.

Segundo Juliana, o perfil é a face digital de uma organização criminosa, formada por Patrícia e alimentada por Andréia Louise, Aline, Bel e outras pessoas próximas de seu passado pessoal e profissional. Pessoas que, por algum motivo pessoal ou ressentimento, decidiram se juntar ao linchamento, mesmo sem provas, mesmo com base em mentiras.

Patrícia passou a produzir vídeos com ataques violentos, linguagem chula e relatos completamente falsos, expondo situações íntimas, acusações infundadas e supostos crimes que jamais existiram. Prints foram manipulados, mensagens fabricadas, e todo tipo de fake news foi utilizado para sustentar a narrativa de que Juliana seria uma golpista, abusadora, racista, intolerante e perigosa.

“Você pensa: ‘Se eu mostrar as provas, as pessoas vão acreditar em mim’. Mas não foi isso que aconteceu”, diz Juliana.

 “A Patrícia tem um histórico de manipulação e narrativa convincente. Ela já fez isso com outras figuras públicas. E com o alcance que conquistou, conseguiu transformar mentiras em verdade absoluta para quem assistia de fora.”


O perfil “Vítimas da Estilista” passou a ganhar força com a ajuda de outras contas influentes, alimentando uma cultura de ódio que se retroalimenta. A perseguição não se limitava ao digital: impactou profundamente a saúde mental, emocional e financeira de Juliana. Ela perdeu contratos,mais de 58 cancelamentos de contratos somando mais de 280 mil reais que devem ser devolvidos, queda na procura de novos clientes, foi alvo de ameaças, capacitismo explícito, e teve sua história completamente distorcida em vídeos que viralizaram.

“Foi o maior crime de ódio digital já cometido contra uma única pessoa no Brasil. Não foi apenas uma exposição. Foi um ataque coordenado, sistemático, cruel e sem precedente. Cometido por quem sabe construir mentiras como quem escreve um roteiro.”


O silêncio da vítima e o grito que virou resistência

Após a criação do perfil Vítimas da Estilista em outubro de 2024, Juliana  passou a viver sob constante perseguição. Qualquer tentativa de se manifestar publicamente resultava em uma avalanche de ódio. Comentários diários com ofensas capacitistas, ameaças de morte e incitação ao suicídio se tornaram rotina. A estilista, que sempre construiu sua carreira com base na arte e na inclusão, foi reduzida a um alvo — silenciada por medo e por esgotamento.

No início, tentou ignorar. Acreditou que o tempo apagaria as mentiras. Mas os ataques só aumentaram. Entre setembro de 2024 e março de 2025, ela registrou inúmeros boletins de ocorrência. Ao mesmo tempo, enfrentava o colapso financeiro de seu ateliê, com cancelamentos em massa e queda brusca na procura por seus vestidos. O pouco dinheiro que restava era direcionado à entrega das encomendas das noivas que mantiveram o contrato, com a esperança de, algum dia, reconstruir sua empresa. Essa reconstrução, no entanto, ainda não aconteceu.

Em março de 2025, após meses calada, Juliana decidiu reagir. Lançou um canal no YouTube para contar sua versão. Ali, começou a expor, com provas, as mentiras publicadas no perfil Vítimas da Estilista. Mostrou prints reais, gravações, registros e áudios na íntegra — e desmascarou o verdadeiro objetivo da página: não era denúncia legítima. Era :

perseguição, stalking, crime de ódio e capacitismo travestido de “jornalismo investigativo”.

Seus vídeos passaram a despertar dúvidas no público. A narrativa criada contra ela começou a ruir. E isso teve consequências. A perseguição, que já era grave, tornou-se ainda mais cruel — especialmente por parte de Patrícia Lelis, autora da página e peça central da organização criminosa.

Juliana desmentiu publicamente Patrícia, revelando que ela estava escondida no México, em um hotel que fingia ser uma mansão nos Estados Unidos. Patrícia respondeu com fúria: passou a atacar Juliana e seu noivo, Fábio Moraes, com mentiras ainda mais agressivas, chegando a envolver a Polícia Federal em denúncias falsas. Foi sua última cartada. Após o dia 3 de maio, nem Patrícia, nem a página “Vítimas da Estilista” voltaram a publicar.


A fênix que voltou do fogo: o renascimento após o silêncio


Na manhã do dia 10 de abril, após meses de ataques, humilhações públicas, tentativas frustradas de se defender e promessas quebradas por advogados que só sugaram seu dinheiro, Juliana  desistiu. Não da luta. Mas da vida.

Ela, que desde pequena foi chamada de fênix — por ter sobrevivido a um grave acidente de queimadura aos quatro anos — sempre soube o que era o fogo. E não só o literal. Juliana já foi queimada muitas vezes pela crueldade, pelo preconceito, pela exclusão e pelo descaso.

 Mas dessa vez, ela acreditou que não conseguiria sair das cinzas.

“Eu achei que ninguém nunca mais veria a minha verdade”, diz. “Porque tudo o que eu fazia era distorcido. E as pessoas preferiam acreditar naquela versão monstruosa sobre mim, porque era mais confortável. Mais vendável.”

Ela conta que o preconceito contra pessoas com deficiência no Brasil é muitas vezes disfarçado de admiração

“Nós só servimos como exemplos de superação em matérias de televisão. Somos a ‘história inspiradora’ do domingo. Mas nunca podemos brilhar de verdade. Nunca podemos ser protagonistas. Jamais podemos ser melhores do que quem tem todos os seus membros íntegros. É como se fosse ofensivo demais uma mulher como eu ser boa no que faz.”

Juliana tentou resistir. Tentou falar. Tentou explicar. Criou vídeos. Reuniu provas. Enfrentou sozinha uma rede de ataques arquitetados. Mas nada parecia suficiente. Os vídeos do perfil Vítimas da Estilista eram compartilhados, comentados, reverberados por figuras públicas e consumidores ávidos por escândalo. E mesmo com documentos, laudos e registros, ela seguia sendo desacreditada.

Sozinha, traída, esgotada, ela marcou a hora. Mas o destino interferiu.

Seu noivo, Fábio, chegou antes. Encontrou Juliana desacordada. Após a ingestão de remédios fortes para dor 

Fábio a levou para o  hospital desacordada.

Ela despertou horas depois, cercada por médicos, psicólogos — e por ele, aos prantos.

“Por favor, não desiste”, ele dizia, segurando sua mão. “Uma hora tudo isso vai acabar.”

E foi ali, naquele leito de pronto-socorro, entre fios e lágrimas, que Juliana compreendeu: o crime que estavam cometendo contra ela não podia ser sepultado com o seu silêncio.

Ela voltou. E voltou como sempre voltou: mais forte.


A luz no fim do túnel:

 quando o ódio encontra a justiça


Duas semanas após a tentativa de suicídio, em meio ao silêncio das redes sociais e ao processo de reconstrução da saúde mental, Juliana  recebeu um link que mudaria o rumo da sua história. Era a campanha do Ministério dos Direitos Humanos: “Ódio não é opinião”.



O conteúdo da campanha descrevia, com precisão assustadora, tudo o que Juliana vinha sofrendo há meses — perseguição, incitação ao suicídio, ataques capacitistas, linchamento digital. Pela primeira vez, ela viu sua dor reconhecida por um órgão oficial. Pela primeira vez, sentiu que poderia ter voz.

Ela estudou o material da campanha, leu protocolos, entendeu os critérios. E chegou à conclusão: sim, seu caso se encaixava perfeitamente.

 Era — e é — o maior crime de ódio digital já cometido contra uma única pessoa no Brasil.


Juliana formalizou a denúncia junto ao Ministério, nomeando todos os envolvidos conhecidos, influenciadores, youtubers e apontando também os perfis anônimos que participaram ativamente da rede de ataques. Mesmo sem conhecer a identidade de muitos deles, reuniu provas, prints, vídeos e testemunhos.

A partir dessa coragem, nasceu um novo projeto: um blog autoral com mais de mil postagens programadas, onde Juliana analisa cada publicação criminosa feita contra ela. Print por print. Comentário por comentário. Pessoa por pessoa. Vídeo por vídeo. Ela expõe a estrutura da organização de ódio, com documentação completa, registros cartoriais e laudos, para provar o que muitos tentaram negar: não se trata de polêmica. Trata-se de crime.

Ao escrever, Juliana também encontrou sua própria paz. Enxergou com clareza que, embora tenha cometido erros como empresária — como qualquer ser humano —, nada justifica a destruição que foi imposta a ela. 

“Tem criminosos nesse país que mataram pessoas e não foram perseguidos com a mesma violência que eu fui”,


O que foi feito com Juliana precisa de nome: violência digital sistemática, crime de ódio, capacitismo, incitação ao suicídio e perseguição. E precisa de consequência: justiça e reparação.


“Não são só os líderes dessa rede criminosa que devem responder. Mas também quem curtiu, quem compartilhou, quem incentivou e se calou diante do crime.”


Juliana agora busca a imprensa para dar voz à sua história — e transformar sua dor em denúncia, arte e resistência. Sua nova coleção de camisetas, “Lições do Cancelamento”, traz estampadas frases e reflexões do que aprendeu em meio ao caos. Uma forma de chamar a atenção para a urgência do debate.

Ela não quer apenas justiça para si. Quer mudança na lei. Quer regulamentação do conteúdo nas redes sociais. Quer a desmonetização de perfis de fofoca, perseguição e violência. E quer mostrar que o Brasil precisa, urgentemente, levar a sério os crimes cometidos na internet.

Como mãe de três filhos, estilista, ativista pela inclusão na moda e mulher com deficiência, Juliana se pergunta:

“Até onde vale destruir a vida de alguém por engajamento? Que tipo de exemplo essas influenciadoras estão dando às crianças e adolescentes que as seguem? Que país estamos formando, se uma criança de 13 anos sente-se autorizada a mandar uma mensagem dizendo que eu deveria morrer?”

Mais de 80% dos comentários de ódio que recebeu vieram de menores de idade. Alguns incentivaram sua morte. Outros a chamaram de aberração. Muitos desses comentários foram curtidos pelas próprias influenciadoras que lideraram os ataques.

A internet, para Juliana, sempre foi um lugar duro. Mas nos últimos doze anos, ela resistiu. Respondeu. Se impôs. Criou arte. Criou sonhos. Criou vestidos. Até não conseguir mais.

Agora, renasce. Como a fênix que sempre foi.

E pede apenas aquilo que é o mínimo em um estado democrático de direito:

“Justiça. E a chance e contar, em rede nacional, a verdade sobre o que foi feito comigo.”

Ela pede por ela. Mas também por todas as pessoas com deficiência, mulheres, pretos, LGBTs e artistas que um dia foram queimados pelo fogo do ódio virtual. Para que nunca mais precisem passar pelo que ela passou.


Quando a liberdade incomoda mais do que o erro


A história de Juliana não é apenas o retrato de uma vítima. É o espelho de um país.

Um país onde mulheres com deficiência não são esperadas no topo. Onde a originalidade incomoda mais do que a mediocridade. Onde quem rompe padrões é punido — e quem segue a manada é aplaudido.

Sim, houve inveja. Sim, houve frustração alheia canalizada em ódio coletivo. Mas o que aconteceu com Juliana vai além.

Ela foi perseguida por representar tudo o que ainda é difícil de engolir:



• Uma mulher livre.

• Com deficiência.

• com  identidade.

• Com opinião forte, espiritualidade firme e estética própria.

• Que não se curva. Que não se cala. Que brilha.

Os ataques que sofreu não foram proporcionais a nenhuma de suas falhas — porque não se tratavam das falhas, mas da sua existência.

Da sua ousadia de ser inteira em um mundo que tolera apenas metades.

A perseguição digital a que foi submetida é grave, sistemática, cruel e criminosa. E precisa ser reconhecida como o que é: o maior crime de ódio virtual já cometido contra uma mulher no Brasil.

Juliana virou símbolo. E quando uma mulher se torna símbolo — de resistência, de autonomia, de superação — ela deixa de ser vista como humana. E aí, atacar parece mais fácil.



Mas o símbolo sobreviveu.

A mulher também.


E o que restou agora é verdade. É documento. É arte. É prova.

Juliana não quebrou. E essa talvez seja sua maior resposta.

Porque viver, depois de tudo isso, é o ato mais revolucionário que ela poderia cometer.

Agora, ela pede o mínimo:

Justiça. Voz. E reparação.


Para que nenhuma outra pessoa tenha que renascer das cinzas simplesmente por ter existido com verdade.


Comparativo – Principais Casos de Ódio no Brasil e o que torna meu caso o maior caso de crime de odio 


1️⃣ Lola Aronovich:

Alvo histórico de fóruns e comunidades anônimas, com ameaças graves e contínuas desde 2011.

Diferença: Ataques eram massivos, mas restritos a espaços de anonimato e nicho (como Dogolachan), sem a viralização orgânica e pública das redes sociais abertas como TikTok/Instagram.


2️⃣ Caso Mari Ferrer:

Após denúncia de estupro, virou alvo de campanhas online difamatórias, memes e ataques diários.

Diferença: Linchamento virtual fragmentado, espalhado em múltiplos perfis, sem centralização em uma única página obsessivamente dedicada ao ataque e produção diária de conteúdo odioso.


3️⃣ Dandara dos Santos:

Vítima de crime brutal e violência extrema, com o vídeo do assassinato viralizado e alvo de comentários cruéis.

Diferença: A tragédia teve grande repercussão, mas a campanha de ódio foi concentrada no pós-crime, sem a manutenção de uma estrutura estável ou página dedicada à difamação continuada.


4️⃣ Leo Lins:

Humorista condenado após promover discursos de ódio, tornando-se alvo de críticas e ataques online.

Diferença: O linchamento foi pulverizado entre perfis individuais, sem existir um “QG” virtual alimentado diariamente para destruí-lo.


Análise Final: O Que Torna Seu Caso Inédito


📌 Centralização e Volume Inédito:

Nenhum outro caso teve um perfil único e atualizado diariamente, exclusivamente dedicado à destruição da imagem de uma pessoa, com mais de 580 vídeos organizados em ordem cronológica — uma máquina de moer reputação com método, persistência e público engajado.

📌 Aliciamento e Multiplicação:

Não só foi mantido por anos, como recrutou outras pessoas para criarem relatos, prints e “provas”, tornando a perseguição coletiva e industrializada.

📌 Violência Psicológica e Alcance Juvenil:

Atingiu seu núcleo familiar, sua saúde mental, sua carreira e suas finanças, contando ainda com a participação massiva de adolescentes e crianças — um dado alarmante e raro em outros casos.

📌 Caráter Didático e Exemplar:

Seu caso não é apenas uma história de ódio, mas um laboratório vivo de como o crime de ódio virtual pode ser sistemático, lucrativo e viral, ultrapassando fronteiras de idade, ética e até mesmo de legalidade, ao atacar uma mulher com deficiência, artista, independente e de forte identidade.

Por reunir todos esses elementos — perseguição centralizada, sistemática, com produção de conteúdo diária, público jovem, danos comprovados à saúde mental, familiar e financeira — seu caso representa um novo patamar nos crimes de ódio digital no Brasil. É urgente que seja investigado, exposto e que sirva de alerta para a criação de leis e políticas públicas que impeçam a repetição desse tipo de violência.

Seu relato não apenas denuncia uma injustiça pessoal, mas ilumina uma brecha legal e ética ainda ignorada, sendo exemplo emblemático do que precisa mudar no combate ao ódio virtual.

E vocês devem estar se perguntando:

 “Mas Ju, tudo isso é vingança? É pra expor pessoas ?

 O que vamos ganhar com isso?”

A resposta é não. Isso não é vingança. Isso é justiça.



O que eu busco com esse trabalho é provar a minha inocência no caso de 2018. Todo este blog gira em torno desse processo. Vocês verão, em uma das postagens, uma análise completa que conecta cada acontecimento a esse caso. O que aconteceu em 2024 foi apenas uma consequência direta dele — e, mais à frente, vocês entenderão a importância dessa ligação.

Em nenhum momento quero que as pessoas ataquem ou pratiquem ódio contra quem é citado aqui. Este é um relatório de caráter jurídico, preparado para ser entregue à imprensa, às autoridades, ao Ministério Público e, principalmente, ao Judiciário Brasileiro. É um relato fiel de tudo o que vivi, acompanhado de uma análise detalhada das falas dessas pessoas, dos comentários e do ambiente de ódio que foi criado contra mim.

O blog foi lançado oficialmente em 11 de agosto e só será concluído quando eu provar, para o Brasil e para o mundo, a minha inocência no caso de 2018 — e exigir a reparação desse dano. Depois disso, buscarei a reparação de todos os prejuízos causados por todas as pessoas e situações citadas aqui, ocorridas entre 2024 e 2025.

Se você está lendo este texto, convido você a mergulhar nas mais de mil postagens reunidas aqui. Pode ser difícil. Pode despertar gatilhos. Mas também pode inspirar e mostrar que não existe batalha impossível de enfrentar.

Foi extremamente doloroso, como vítima, perceber a dimensão do crime cometido contra mim. Acordar para essa realidade foi o maior despertar da minha vida. Hoje, consigo lidar com isso com mais clareza, mas não sem dor. Imagine o que foi, para mim, reviver nos últimos dois meses — e continuar revivendo, já que as postagens seguirão ao longo do ano — todas as atrocidades que vocês encontrarão aqui.

Eu precisei ler, analisar e encarar todos os comentários. Precisei entender que nada disso fala sobre quem eu sou, mas sim sobre quem são essas pessoas e sobre o ambiente de ódio que a internet construiu. É contra isso que vamos lutar a partir de agora: pela minha inocência e pela transformação desse cenário virtual, para que tenhamos um futuro mais saudável — especialmente para os meus filhos e para todas as crianças desse país.

Se você concorda comigo, faça parte dessa luta. Comente, compartilhe, siga os perfis oficiais no Instagram e no TikTok. E, principalmente, celebre comigo quando a vitória chegar.

Porque isso não é apenas uma batalha. É uma guerra. Eu já lutei muitas batalhas — perdi algumas, venci outras. Mas hoje, treinada no pior campo de combate que existe, o da internet, estou pronta não apenas para vencer, mas para transformar essa guerra em uma das maiores lições da minha vida e em um exemplo para todo um país: o ódio na internet já passou da hora de acabar.

“Minha luta é a prova viva de que a verdade resiste, mesmo quando o ódio parece gritar mais alto.”





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