Post 103 - Vítimas do TikTok - relato de noiva vítima

Post 103 – Análise Completa
Resumo do Caso e Fatos Apresentado
Esse post é o relato de uma ex-noiva, originalmente publicado em seu perfil pessoal e posteriormente repostado pela página “Vítimas da Estilista”. Ela conta que estava com o casamento marcado para dezembro de 2024, mas cancelou o evento por motivos pessoais (compra de uma casa). Ela afirma que conseguiu rescindir todos os outros contratos pagando as multas previstas e relata que, no caso do ateliê, aceitou receber o reembolso da multa contratual de 50% em parcelas, mas que o pagamento não foi realizado.
Ela descreve dificuldades para contato, atendimento por advogados, promessas não cumpridas e que ao buscar informações em sites de reclamação e processos encontrou muitas outras queixas semelhantes.
Pontos principais do relato da noiva:
- Cancelamento do casamento foi decisão dela e do ex-noivo, por escolha própria (priorizar a compra de um imóvel).
- Reembolsos de fornecedores foram feitos (com multas).
- O único reembolso não recebido foi do ateliê.
- Após insistência, foi feito um acordo para devolução parcelada, que não foi cumprido.
- Alega que o ateliê justificou falta de caixa e dificuldades financeiras.
- Expõe a situação publicamente e menciona que encontrou reclamações semelhantes.
Meu Relato Sobre o Caso
Esse é mais um exemplo do que virou rotina para pequenos empreendedores no Brasil: ser criminalizado por não conseguir arcar com todos os cancelamentos gerados por terceiros. Em nenhum momento neguei que houve atraso ou dificuldade no reembolso, mas é preciso deixar claro que o cancelamento não foi causado por falha minha ou do ateliê. Pelo contrário: a cliente cancelou por vontade própria, por motivos pessoais, quando já tínhamos uma fila de reembolsos, diversas desistências e um caixa praticamente comprometido.
Sempre fui transparente: expliquei que os pagamentos seriam feitos conforme fosse possível, e que não havia previsão exata porque a prioridade seria manter a entrega dos vestidos para quem não cancelou o casamento – essas pessoas não podiam ser penalizadas por decisões alheias. A própria cliente reconhece que todas as etapas foram cumpridas formalmente, com contrato de rescisão, proposta de parcelamento e atendimento jurídico.
O que não faz sentido é transformar uma questão civil, prevista em contrato, em exposição pública e acusação de golpe, sendo que o próprio motivo do cancelamento foi pessoal, não relacionado ao meu serviço. Se eu tivesse optado por devolver imediatamente o valor da multa para todas as clientes que desistiram, teria fechado as portas e deixado várias noivas sem seus vestidos. Escolhi seguir, mesmo com dificuldades, para honrar quem ainda dependia do meu trabalho.
Ao expor publicamente a situação, a ex-cliente buscou vingança e distorção dos fatos, sem considerar a realidade de quem ficou e de quem recebeu o vestido conforme o combinado. Agora, com a exposição, a situação saiu do âmbito civil e passou para o jurídico, inclusive com possibilidade de pedido de danos morais da minha parte, já que minha reputação e empresa foram atacadas sem que eu tivesse cometido qualquer crime.
Análise do Relato da Noiva
- Veracidade parcial: O relato é verdadeiro até o ponto do cancelamento ser por decisão própria e do atraso no reembolso, mas omite a razão do atraso (crise financeira, fila de reembolsos, priorização das noivas que continuaram).
- Contrato: Ela mesma confirma que foi tudo formalizado via contrato, inclusive com acordo para pagamento parcelado.
- Exposição: Não há indício de má-fé ou descaso, e sim uma dificuldade real, comunicada e documentada.
- Acusação indevida: Não há “golpe”. Existe um contrato de prestação de serviço, uma cláusula de multa por desistência, e um acordo documentado de devolução (mesmo com atraso).
Análise dos Comentários – Crimes Identificados



Vamos separar os comentários em três grupos: Ofensivos/Difamatórios, Comentários Neutros ou Irônicos e Comentários de Apoio.
a) Comentários Ofensivos/Difamatórios
- Tayna Santos: “Agora ela tá lá dizendo que trabalha kkkkkkkk que tá fazendo dinheiro, cadê que paga o povo?”
- Crime identificado: Difamação e incitação à desmoralização profissional. (Art. 139 CP, Art. 140 CP)
- Dayane: “gente, que voz estranha essa no meio do vídeo? deu arrepio até na alma”
- Crime identificado: Escárnio público e ataque à dignidade. (Art. 140 CP – Injúria)
- Carla Oliveira: “agora estelionatarios com a estilista, não tem caráter mesmo”
- Crime identificado: Calúnia (imputar crime de estelionato sem prova), injúria e difamação. (Art. 138 e 139 CP)
- isadorabortolotto_: “Se essa mona usasse o tempo dela costurando e ficasse menos no Instagram atrás de biscoito não iria ter esses problemas!”
- Crime identificado: Desqualificação profissional, misoginia, cyberbullying (Art. 140 CP)
b) Comentários Neutros ou Irônicos
- amorimamorin21: emojis de riso – não caracterizam crime, apenas ironia.
- Bruno Bowmer: “o mesmo modus operandi DE SEMPRE” – insinuação de fraude, pode configurar difamação pela recorrência e falta de provas, mas em tom mais subjetivo.
c) Comentários de Apoio ou Reflexão
- Débora Alves: “A vida de ninguém é um mar de rosas…”
- Sílvia Soares: “E mesmo assim tem muitas mulheres ir no perfil da estilista querer fazer encomendas com ela”
- ellysnunes7: “Vocês entendem a importância desse perfil? A estilista quer deixar esses casos no off!”
Esses comentários ajudam a equilibrar, mas são minoria diante do tom ofensivo predominante.
Conclusão
O caso apresentado no post 103 é um exemplo clássico de uso abusivo das redes sociais para resolver questões contratuais. Não há golpe, fraude ou intenção de prejudicar, mas sim uma crise econômica real, agravada por cancelamentos em massa durante o pior período do ateliê. A exposição pública não só distorce os fatos, como incita ataques, calúnias e difamações, afetando não só a minha reputação, mas também a segurança financeira e emocional das clientes que seguiram comigo.
Vários comentários extrapolam o direito de crítica e partem para o crime de difamação, injúria e até calúnia, criando um ambiente tóxico e de perseguição que vai muito além do relato individual dessa ex-noiva. Esses ataques serão anexados ao relatório jurídico para responsabilização dos envolvidos e serão expostos também no blog, como exemplo do que acontece quando a internet é usada para linchamento virtual e não para busca real de justiça.
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