Post 11- Vítimas do TikTok- meu vídeo

Post 11 — “Patrícia Lélis – Parte 2”: quando a fake news encontra o capacitismo
Na segunda parte do vídeo repostado no perfil Vítimas da Estilista, fica evidente que o objetivo das administradoras da página nunca foi apenas “informar” ou “denunciar”. A estrutura dos conteúdos demonstra um uso calculado de técnicas de engajamento: em vez de publicar um vídeo único com o conteúdo completo (que tinha apenas cinco a seis minutos no total), elas optaram por fragmentar o material em diversas partes. Essa estratégia aumenta artificialmente o alcance, aumentando as chances de “furar a bolha” com pelo menos um dos vídeos — tática típica de perfis que vivem de monetizar a polêmica alheia.
Além da manipulação do algoritmo, o que mais chama atenção neste post são os comentários. A própria página, Vítimas da Estilista, responde aos seguidores com frases como “finge demência pra não citar o nome dele” — expressão nitidamente capacitista e ofensiva. Usar “demência” como insulto é uma forma cruel de zombar de pessoas com doenças neurológicas reais, o que fere diretamente os princípios básicos de respeito e empatia. Não se trata apenas de uma expressão infeliz, mas de um crime de preconceito contra pessoas com deficiência, previsto na Lei Brasileira de Inclusão.






Entre os comentários, também vemos:
- Seguidores defendendo terceiros que sequer têm relação direta com os acontecimentos, alegando que eu usei o nome de um homem chamado Victor e me recusei a citar ou responder. A verdade? Nunca houve diálogo direto porque a denúncia nunca partiu dele.
- Comentários debochados e sem propósito como “Corta pra ruivona sambando ao som de Janaína”, ou piadas que claramente tentam me ridicularizar com base em minha aparência.
- Acusações de egocentrismo, insinuações de loucura e frases sarcásticas tentando deslegitimar meu relato sobre a Patrícia.
Tudo isso acontece sob a anuência da página, que curte, responde e incentiva esse tipo de comportamento violento, criando um ambiente onde a exposição da minha imagem vira espetáculo, e o sofrimento, entretenimento.
❌ Comentário 1:
Usuária “ana
“Eu sigo o Victor e ele tem total direito de processar a Estilista, pq olha só ela usou o nome dele e recusou a falar com ele durante o início de tudo isso.”
Resposta da página Vítimas da Estilista:
“E finge demência pra não citar o nome dele 😅”
📌 Análise:
- A página usa a expressão “finge demência” como ofensa, uma fala explicitamente capacitista.
- Crime: Discriminação contra pessoa com deficiência (Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência), Art. 88.
- Responsabilidade direta da página, que além de publicar o vídeo, responde com escárnio, alimentando a cultura do ódio.
❌ Comentário 2:
Usuária “Raissa Silva”
“Esse caso tá pior que o do Raluca.”
✔ Curtido pela página.
📌 Análise:
- Comentário com tom pejorativo e comparativo, que associa minha situação a outro caso público não relacionado, reforçando uma narrativa de “piada recorrente”.
- Dano moral coletivo, reforçando o bullying digital por associação
❌ Comentário 3:
Usuária “Ana Paula”
“Ela expondo o que todo mundo sabe da Patrícia kkkkk achando que tá abalando com novidades, coitada.”
📌 Análise:
- Comentário depreciativo, com uso de “coitada” para diminuir o valor da denúncia.
- Cria um ambiente de descrédito contínuo sobre qualquer tentativa de defesa.
❌ Comentário 4:
Usuária “poxa.gabs
“Meu Deus, como conseguiu ser tão egocêntrica.”
📌 Análise:
- Comentário ofensivo sem argumentação, com julgamento de caráter, típico de ataques pessoais.
- Faz parte de uma tentativa de silenciamento por desqualificação emocional, prática comum em linchamentos digitais.
❌ Comentário 5:
Usuária “Michelle Magalhães | Ecommerce”
“A ruivona só queria a jaqueta e a Patrícia meteu o louco, na loucaaaaa!”
📌 Análise:
- Comentário que reforça estereótipos machistas, usa apelido depreciativo e sugere “loucura” como deboche.
- Novamente, termos como “meteu o louco” fazem parte de uma cadeia de expressões capacitistas, que reforçam a ideia de que estar emocionalmente abalada é sinônimo de loucura ou desequilíbrio.
⚠️ Considerações Finais
Esse post é mais um exemplo de como a página Vítimas da Estilista não apenas publica conteúdo ofensivo, como interage, curte, responde e incentiva falas preconceituosas, violentas e discriminatórias. Ao rir de termos capacitistas, permitir piadas com aparência, fomentar ofensas contra minha saúde mental ou imagem pessoal, a página:
- Fomenta o discurso de ódio;
- Pratica e incentiva capacitismo;
- Alimenta o cyberbullying coletivo com consequências reais;
- Encoraja perseguição em massa contra uma mulher com deficiência, empresária, artista e mãe.
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