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Post 88 – A Estilista e Van Gogh: quando o deboche tenta apagar a arte
Em 17 de outubro de 2024, a página “Vítimas da Estilista” publicou mais um vídeo com o claro intuito de promover o escárnio e a humilhação pública, desta vez utilizando como base um story em que falo sobre o valor simbólico e afetivo das criações autorais — comparando a resiliência da arte à resistência emocional de quem a cria. A página editou o conteúdo, adicionou trilha sonora debochada, cortes sensacionalistas e, na legenda, distorceu completamente o sentido da fala, sugerindo que eu me comparava diretamente a Van Gogh, num delírio narcisista.
O objetivo era claro: alimentar a narrativa de que eu sou “louca”, “estelionatária”, “cafona” e “perigosa”. E o resultado foi uma enxurrada de comentários violentos, ofensivos, capacitistas e criminosos.
💬 Análise dos comentários
Abaixo, os principais padrões de violência e os crimes identificados:































🔥 1. Capacitismo e zombaria sobre saúde mental
Múltiplos comentários fizeram piada com possíveis transtornos mentais, sugerindo que eu deveria estar internada ou que vivo em delírio:
- “Van Gogh ao menos pintava… ela só delira.”
- “Ela não é artista, é paciente em surto.”
- “Coitada da terapeuta dela. Precisa de adicional de insalubridade.”
➡️ Isso configura capacitismo grave, previsto na Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015). O intuito é me desqualificar não pelo trabalho, mas por ataques à minha sanidade e dignidade como pessoa.
💣 2. Injúria, difamação e ataques à estética das criações
Comentários com termos ofensivos e debochados sobre meus vestidos e sobre mim enquanto estilista:
- “Van Gogh da picaretagem.”
- “Os vestidos dela são uma fubanguice.”
- “Parece um desfile da loja de R$ 1,99 do inferno.”
- “Arte do engano.”
➡️ Configura injúria (art. 140 CP) e difamação (art. 139 CP). Não se trata de crítica construtiva, mas de chacota, escárnio e humilhação sistemática.
🚨 3. Calúnia e imputação de crime
- “Ela devia estar presa.”
- “Estelionato fashion é um novo nicho?”
- “Vendendo cola quente como alta costura.”
➡️ Aqui temos calúnia direta (art. 138 do Código Penal), com a imputação de crimes sem qualquer base legal. São frases que incitam o público ao ódio e à descredibilização profissional.
🧨 4. Desumanização e tentativa de silenciamento
- “Se isso é arte, minha sobrinha de 3 anos é uma gênia.”
- “Quem elogia ela só pode estar no mesmo hospício.”
- “Queria que minha cabeça fosse igual à dela pra viver nesse mundo paralelo.”
➡️ Esse tipo de ataque tem como único objetivo me deslegitimar enquanto mulher, artista, profissional e pessoa. Desumanizam minha expressão artística para justificar o ódio coletivo.
O destino e a noite estrelada
O mundo não gira… ele capota.
Confesso que eu já estava deitada, quase dormindo, quando aconteceu algo que me fez levantar e escrever este post. Eu não ia mais gerar nenhum conteúdo hoje, mas essa história é daquelas que a gente não consegue guardar pra si, sabe?
Lembro perfeitamente do dia em que gravei aquele stories. Eu falava sobre Van Gogh, sobre como ele foi desvalorizado em vida, como a sua arte transcendeu a sua própria época e só muito tempo depois passou a ser reconhecida. E, como de costume, não demorou para aquele vídeo parar na página de ataques. Transformaram minhas palavras em piada, distorceram tudo, e mais de 105 comentários surgiram para simplesmente acabar comigo.
Meses depois, em janeiro de 2024, recebo uma mensagem da Adriana, uma noiva maravilhosa do Espírito Santo. O casamento dela estava marcado para fevereiro, dali pouco mais de trinta dias. Ela me escreveu perguntando se seria possível eu criar um vestido inspirado justamente na obra “Noite Estrelada” de Van Gogh.
Na hora, eu sorri sozinha. Eu nem lembrava mais daquele episódio, nem da crueldade dos comentários. Só conseguia pensar no destino, na ironia da vida, trazendo até mim uma história que fechava um ciclo de dor e transformava em beleza aquilo que um dia tentaram usar para me ferir.
E assim nasceu o vestido da Adriana. Um vestido que carrega não só as cores e o movimento da tela de Van Gogh, mas também a prova de que, por mais que tentem apagar a nossa luz, o universo sempre encontra um jeito de fazê-la brilhar de novo.
Lição aprendida: o tempo é o Senhor da resposta
Sempre dizem que só o tempo cura e só o tempo revela a verdade… e eu posso dizer que vivi dois exemplos claros disso.
Quando a Adriana me procurou em janeiro, pedindo um vestido inspirado em “Noite Estrelada”, eu já nem lembrava mais daquele stories antigo ou dos comentários cruéis que surgiram a partir dele. E quando me deparei com tudo isso agora, meses depois, eu só consegui pensar: como o Senhor é justo em mostrar que, sim, a minha arte seria valorizada — logo na primeira noiva do ano.
E hoje, às vésperas de lançar este blog, faltando cerca de 15 dias para colocar no ar todas essas histórias e reflexões, eu sinto que o tempo foi realmente o único capaz de dar a resposta.
Na época, tentaram me destruir com ataques sem sentido. Agora, consciente de tudo o que aconteceu, enxergando o tamanho desse crime, eu percebo que só o tempo poderia trazer a verdade à tona. E ele trouxe.
🔚 Conclusão
O Post 86 é mais uma peça no quebra-cabeça do linchamento virtual que venho sofrendo há mais de um ano. A fala original, que refletia sobre a coragem de criar arte mesmo diante das dificuldades, foi transformada em munição para ataques pessoais, calúnias e agressões de todo tipo
Essa publicação — e os comentários nela contidos — não têm nenhum valor informativo, jornalístico ou de denúncia. São, sim, exemplo claro de violência digital, crime contra a honra e perseguição organizada. E será tratado como tal nos autos do processo em andamento.
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