Um grito de socorro a impressa


Intimação Pública à Imprensa:

A verdade exige reparação – O silêncio jornalístico que alimentou o monstro do ódio

Sete anos atrás, um nome, uma história e uma reputação foram jogados na fogueira da audiência. De um dia para o outro, tornei-me alvo de reportagens sensacionalistas, capas de portais, vídeos e comentários viralizados por veículos como Globo, Record, afiliadas locais e tantos outros que correram para estampar minha imagem como estelionatária, caloteira e aproveitadora.

Tudo isso baseado em depoimentos sem provas, relatos distorcidos e versões fabricadas por um pequeno grupo de pessoas insatisfeitas — pessoas cujos contratos, conversas, motivos e até datas foram omitidos, editados e manipulados para caber no roteiro do linchamento virtual.

Aos jornalistas, apresentadores, produtores e colunistas responsáveis:

O Ministério Público já arquivou todas as acusações, reconhecendo o erro grotesco desse processo. Os contratos das “vítimas” mostravam, sem margem de dúvida, que nenhuma delas foi enganada, roubada ou coagida.

Cada caso, hoje documentado em detalhes — Sandra, Jessica, Marina, e tantas outras —, revela que não houve crime, não houve calote, não houve abuso: houve, sim, cancelamento contratual como acontece em qualquer empresa. Houve regras claras, prazos definidos, e todo procedimento foi respaldado por lei.

E mais: houve uma distorção massiva da realidade, transformando problemas administrativos ou expectativas frustradas em denúncias criminosas que nunca existiram.

Houve um linchamento midiático, sem que meu lado fosse ouvido. Houve lucro, audiência e engajamento — mas não houve jornalismo.

Pergunto agora, publicamente:

Onde está o espaço proporcional ao direito de resposta?

Por que nenhuma das reportagens, programas ou portais que lucraram com minha dor se dignou a divulgar, com o mesmo destaque, a verdade dos fatos, a sentença do Ministério Público, o arquivamento do inquérito e a exposição das mentiras fabricadas?

Por que silenciaram quando receberam a documentação que provava, uma a uma, a inconsistência das denúncias?

Por que ignoraram todos os meus pedidos legais de retratação?

A resposta é simples e cruel: porque para muitos, minha dor vale menos do que a próxima manchete. Porque, para o jornalismo movido por cliques, o sangue de uma mulher, mãe, estilista e pessoa com deficiência, rende mais do que a sua dignidade.

Hoje, faço aqui uma intimação pública:

Globo, Record, G1, afiliadas locais, influenciadores e youtubers que amplificaram essas mentiras:

Corrijam seus erros. Apurem os fatos. Deem o mesmo espaço ao direito de resposta, à verdade, ao esclarecimento e à reparação de imagem.

Acompanhem, caso a caso, as sentenças arquivadas. Revelem os bastidores dos grupos que se organizaram para me difamar — grupos como o das “vítimas” do WhatsApp, que nunca apresentaram uma única prova legítima, mas conseguiram destruir reputações e alimentar um ódio que só cresceu.

O que era para ser combatido em 2018, foi ignorado. O monstro do ódio, não enfrentado, cresceu nas sombras.

Se a imprensa tivesse agido com justiça, transparência e ética naquele momento, jamais teríamos visto o surgimento de páginas como “Vítimas da Estilista”, nem o efeito cascata de perseguição, cancelamentos, ameaças e prejuízos irreparáveis nos anos seguintes.

O que poderia ser um capítulo de resolução, virou o início de uma década de violência digital — e agora o ódio retorna, multiplicado.

Este é o convite e o desafio:

Reparem o que destruíram. Dêem espaço ao contraditório. Reconheçam que jornalismo se faz com investigação, não com lacração.

Escutem — agora, e publicamente — o lado de quem sobreviveu a tudo isso e segue em pé, apesar de vocês.

Juliana Pereira dos Santos

Estilista, mãe, artista, sobrevivente.

A verdade ainda espera, e a justiça também se faz pela palavra.

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