YouTube - Beta - vídeo 9 O capítulo final do caso Juliana Estilista: quando um momento de fragilidade vira entretenimento

O capítulo final do caso Juliana Estilista: quando um momento de fragilidade vira entretenimento

Como um dos vídeos mais vistos do canal transformou meu desabafo em arma contra mim

📌 Contexto

Em setembro de 2024, a criadora de conteúdo publicou o vídeo “O CAPÍTULO FINAL DO CASO JULIANA ESTILISTA”, com 253.846 visualizações e mais de 20 mil “Gostei”.

Na gravação, ela anuncia que vai mostrar “pedaços” de vídeos de terceiros, escolhendo trechos que considera “interessantes” para reação e comentário.

Entre esses trechos, está o meu vídeo de declaração, gravado logo após um episódio de surto, quando eu estava completamente abalada.

🎥 Como foi usada minha imagem

A criadora exibe o início do meu vídeo (“E pro Fábio parar tudo… vou falar pra vocês quem eu realmente sou”) e, em seguida, constrói uma narrativa onde:

  1. Me enquadra como manipuladora — dizendo que era “uma tentativa de fazer um grande golpe de marketing”;
  2. Imputa condutas desonestas — afirmando que eu “tramava toda uma situação para colocar a culpa na Andréia”;
  3. Desqualifica meu estado emocional — tratando o surto como “estratégia” e recomendando que eu “saia da internet por uns meses”;
  4. Usa rótulos pejorativos — como “treteira” e “barraqueira”;
  5. Minimiza meu sofrimento — afirmando que “entregar o vestido não é caridade, é teu trabalho”.

⚖️ Possíveis crimes e violações

  1. Difamação (CP art. 139): Imputação de fato desabonador, como “tramava toda uma situação” ou “golpe de marketing”.
  2. Injúria (CP art. 140): Rótulos depreciativos (“treteira”, “barraqueira”).
  3. Violação de direito de imagem e autor (CC arts. 20-21; Lei 9.610/98): Reprodução não autorizada do meu vídeo, com exploração comercial.
  4. Tratamento de dado sensível sem base legal (LGPD): Uso de informações sobre minha saúde mental para entretenimento.
  5. Assédio/perseguição digital (CP art. 147-A): Parte de um padrão de repetidas publicações com o objetivo de me expor

📊 Alcance e impacto

  1. Visualizações: 253,8 mil
  2. Likes: 20 mil
  3. Conteúdo para membros: Incentivo à monetização exclusiva do caso
  4. Potencial multiplicador: cortes, reposts e stitches aumentando o alcance e perpetuando a narrativa negativa.

🔍 Análise editorial

O problema aqui não é a crítica, mas o abuso do direito de crítica.

Quando um relato sobre saúde mental é editado, exibido e transformado em argumento para descredibilizar quem o fez, há uma transgressão do limite entre opinião e violação de direitos.

📂 Recomendações de ação

  1. Preservar provas (vídeo completo, prints com data e link, transcrição).
  2. Notificar extrajudicialmente exigindo retirada e não repetição.
  3. Acionar a plataforma por violação de direitos autorais/imagem e políticas anti-assédio.
  4. Pedir tutela de urgência para remoção e proibição de novos uploads.
  5. Exigir direito de resposta no mesmo alcance.

📝 Conclusão

Meu vídeo de declaração, feito num momento de vulnerabilidade, foi usado para reforçar uma narrativa que me retrata como manipuladora e desonesta.

Não houve busca pela verdade, nem cuidado com a saúde mental de quem se expunha.

O que houve foi exploração midiática de um surto, transformada em conteúdo de alta audiência e monetização, perpetuando estigmas e causando dano real à minha imagem e dignidade.

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